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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Plêiades - M45 - NGC1432.



As Plêiades são um conjunto de estrelas e  fazem parte da constelação do Touro. São conhecidas, popularmente, como as 7 irmãs ( interior do Brasil), ou Subaru, no Japão. 
Estão catalogadas como um aglomerado aberto e recebeu de Charles Messier o número 45, mais conhecido como M45 ou Messier 45, num catálogo que vai até 110. No catálogo NGC é o NGC 1432.
Este belo aglomerado aberto é visível a olho nu, até mesmo de uma cidade com alto nível de poluição luminosa e atmosférica como São Paulo. Num local escuro, afastado das grandes cidades, a visão é emocionante e se consegue contar, com facilidade,  6 estrelas, das 7 principais. Algumas pessoas conseguem visualizar as sete  estrelas sem auxílio de equipamentos ópticos.
M45 nos presenteia com uma linda visão usando telescópio, mas o conjunto telescópio/ocular deve  permitir um campo de visão acima de 2° de arco (quase 4 luas cheias), para que o aglomerado fique dentro do campo de visão do equipamento e o observador consiga observar, ao menos, suas componentes principais. Mas, definitivamente, é através de um binóculo que  toda a beleza deste aglomerado se revela. A visão das Plêiades através de um binóculo é algo magnífico, fantástico e verdadeiramente emocionante, mesmo para os mais experientes, não sendo raras, numa primeira observação, lágrimas inesperadas, suspiros, risos, interjeições de alegria, surpresa, emoção e admiração.
Abaixo o desenho de M45 em detalhe. O desenho foi confeccionado a partir das imagens de  um binóculo 8x56 da marca Octans, do amigo Leandro Trevisan. Usei também um tripé no qual acoplei o binóculo  a fim de estabilizar a imagem e manter as mãos livres para os registros.


Nem todas as estrelas representadas neste desenho fazem parte de M45, algumas estão distantes, não sendo possível, apenas no visual, determinar quais estrelas não fazem parte do objeto em questão. É necessário  um trabalho científico para  determinar quais estrelas são ou não do aglomerado, trabalho executado usando astrofotografias. Sinceramente não sei é possível usando astrodesenho.


                     

Neste astrodesenho usei papel Canson 210g/m2 cor creme A4, lápis HB, B, 2B, 6B e 8B da marca Staedtler, modelo Mars Lumograph, lapiseira Pentel 0.7 e 0.9, borracha Staedtler Mars plastic e caneta borracha Mono knock 3.8 marca TOMBO com ponta feita por um estilete OLFA A-5. Usei também prancheta para papel A4, compasso Basic Staedtler com grafite 2B e lanterna Mag light com papel celofane vermelho em 4 camadas.


Após o desenho pronto, fiz a digitalização. Usando o software GIMP, inverti as cores do campo de visão do binóculo criando um efeito que imita ou tenta imitar a visão obtida na observação. O campo de visão deste desenho não está na escala correta. Tive que diminuir um pouco para que a representação do campo de visão coubesse nas margens do desenho e mantivesse alguma estética. 



A nebulosidade que aparece no desenho, no campo de visão do binóculo ( depende do monitor usado e do ângulo de visão), não foi proposital e nem é fruto de observação com o binóculo, é apenas alteração da cor após a inversão de cores pelo GIMP e o uso de limpa tipos e borracha que acabam marcando o papel. No desenho original é imperceptível, mas quando inverti as cores surgiu essa "nebulosidade", favor desconsiderar. Porém, em astrofotografias com muito tempo de exposição e um bom processamento aparece uma nebulosidade,  mas segundo pesquisas recentes , esta nebulosidade não está relacionada à formação das estrelas de M45, mas sim à uma nuvem de poeira que está  atravessando o aglomerado.

M45 possui mais de 100 estrelas, porém apenas 9 delas, as mais brilhantes , receberam os nomes das Sete Irmãs da Mitologia Grega, a saber: Electra, Celaeno, Taygeta, Maia, Merope, Aterope e Alcyone, mais o nome de seus pais: Atlas e Pleione.


Cred: Anglo-Australian Observatory/Royal Observatory Edinburgh.


Dados de M45 ( Plêiades):
  • Aglomerado estelar aberto;
  • M45, NGC1432;
  • Ascensão reta: 3h 47min;
  • Declinação: +24° 7';
  • Distância: +/- 440 mil anos luz ;
  • Magnitude aparente: 1,6;
  • diâmetro linear: 12 mil anos luz,
  • Tamanho aparente: 110' ( minutos de arco), ou 1° 50' de arco.

Tipo espectral e magnitude das 9 principais estrelas de M45:
  • Electra B5 - Mag.  3.7;
  • Celaeno B7 - Mag. 5.4,
  • Taygeta B7 - Mag. 4.2 ;
  • Maia B9 - Mag. 3.8;
  • Merope  B5 - Mag.4.1 ;
  • Aterope  B9 5.6 e 6.4  ;
  • Alcyone B7 - Mag. 2.8 ;
  • Atlas B9 - Mag. 3.6;
  • Pleione B8 - Mag. 5.


Como achar as Plêiades:



À noite, procure um local mais escuro possível, evitando postes de luz, ou qualquer outra fonte luminosa. Pode ser um quintal, atrás de um muro que bloqueie a luz direta, etc.

Inicialmente não use nenhum tipo de equipamento óptico, apenas seus olhos.

Se possível, leve uma carta celeste referente ao período que vai fazer a busca do objeto. Para conseguir a carta celeste acesse a aba planejamento e clique em Sky Maps e imprima a carta celeste referente ao seu local de observação, geralmente é a terceira de cima para baixo.

Você pode treinar antes usando os softwares Stellarium ou o Cartes du Ciel.

1. Olhe para o céu aberto, do verão, e localize as 3 Marias ( cinturão de Orion, o gigante caçador);

2. Após localizar as 3 Marias, trace uma linha imaginária de forma que esta linha passe pelas 3 estrelas formando um segmento de reta. Quase que alinhada com essa linha imaginária temos  uma estrela alaranjada e uma estrela muito brilhante que se destaca no céu . Mire sua atenção na estrela alaranjada, deixe esta "branca e brilhante" para outra oportunidade. O nosso alvo, a estrela laranja quase alinhada com nosso segmento de reta é Aldebarã, a estrela principal da constelação do Touro ( alfa tauri ). Num céu escuro você vai perceber que ela faz parte de um V de estrelas ( aglomerado das Híades).

3. Após localizar as 3 Marias, traçar a linha imaginária e localizar  Aldebarã, continue a linha imaginária até sua visão identificar uma "mancha" ( grandes cidades), o que após segundos, acostumando a visão,  se transformarão em um punhado de estrelas ou num grupinho de pequeninas estrelas ( num céu mais escuro). Esta manchinha ou pequeninas estrelas próximas são as Plêiades.

Partindo das 3 Marias , passando por Aldebarã, e chegando nas Plêiades temos quase uma linha reta. Não é difícil localizar, basta persistência.






Plêiades/M45  numa representação de parte de  uma prancha de um Atlas Celeste.





As Plêiades na história humana, curiosidades:

Há muito tempo, desde os primórdios o Homem tem uma estreita relação com as Plêiades, seja na sua cultura, seja na religião ou na descrição de fatos históricos. Muitos povos, como Chineses, Persas, Maias, Astecas dentre outros, conheciam as Plêiades e deram nomes diversos ao aglomerado.

Uma representação, bastante curiosa, das Plêiades,porém com significados incertos,  é o Nebra Sky Disc. Um disco de bronze com pátina verde que parece representar o céu da localidade em determinada época , e acredita-se que o aglomerado de pontos dourados na parte superior direita da figura, seja a representação das Plêiades.
O disco foi encontrado perto de Nebra, Alemanha, e foi datado de 1600 a.C., talvez da Idade do Bronze



Homero  ( 800 a 700 a.C.), em sua Obra Ílíada (+/- 750a.C. sobre a guerra de Tróia), registrou, provavelmente pela primeira vez, documentalmente, a existência de dois aglomerados abertos em Touro, Plêiades e Híades. Depois, na obra Odisséia, citou mais uma vez as Plêiades.

Hesíodo (740-670 a.C.), poeta grego, também cita as Plêiades em sua obra: "Os trabalhos e os dias", também conhecida como "As obras e os dias" ( 720 a 700 a.C.).

Em algumas linhas, o poeta mostra  a íntima relação do dia- a-dia do ser humano com o céu noturno. Hesíodo,  conta  a seu irmão que, com o  aparecimento das Plêiades no céu noturno, do hemisfério norte (maio),  é hora de iniciar o plantio e depois,  quando as Plêiades estiverem se pondo no oeste após o anoitecer ( novembro), é hora de iniciar a colheita.


Na Bíblia temos referências às Plêiades:

Jó 9:7-9

" 1. Então Jó respondeu:
  (...)
  7. Fala com o sol, e ele não brilha; ele veda e esconde a luz das estrelas.
  (...)
  9. Ele é o Criador da Ursa e do Orion, das Plêiades e das constelações do sul. (...)"


Jó 38:1-3, 31 e 32.
   "1. Então o Senhor respondeu a Jó do meio da tempestade e disse:
   2. Quem é esse que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?
   3. Prepare-se como simples homem; vou fazer perguntas a você, e você me responderá. (...)
   (...)
   31. Você pode amarrar as lindas Plêiades? Pode afrouxar as cordas de Orion?
   32. Pode fazer surgir no tempo certo as constelações ou fazer sair a Ursa com seus filhotes? (...)"


Muitos cientistas antigos registraram as Plêiades, mas Galileu Galilei representou, de maneira ímpar, o aglomerado brilhante em seu famoso Livro, Siderius Nuncius. Ver gravura abaixo:



As Plêiades, talvez, por sua beleza, sempre instigou a mente humana e acabou fazendo parte da caminhada do ser humano ao longo do tempo e até hoje nos fascina, seja a olho nu, binóculo ou telescópio e é quase impossível dissocia-la da mitologia, algo enraizado em nossa mente após milênios de adoração e admiração.

Agradeço ao amigo Rogério P. Moraes pela revisão e incentivo e ao amigo Ariel P. Souza pelas dicas e incentivo constante.



                                                                  **************


Fontes:

Sites:

The encyclopedia of cience

Mais informações sobre M45 - SEDS - The Messier Catalog

Wikipedia - Plêiades


Livros:

Astronomia,  Ian Ridpath, Guia Ilustrado Zahar. 3ª Ed. pág. 172-173.

Descobrindo o Universo, Neil  F. Comins e William J. Kaufmann III. Editora Bookman, oitava edição. Em português.

Sky & Telescope Pocket Atlas. Roger W. Sinnott.

Uranometria 2000.0,  Volumes 2 e 3.




terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Planeta Júpiter por um binóculo.

Binóculos são excelentes ferramentas para observação astronômica.
Com eles podemos observar muitos objetos de céu profundo, dentre eles aglomerados abertos, globulares, galáxias e algumas nebulosas. Podemos também observar objetos do sistema solar, planetas e a Lua.

NUNCA OBSERVE O SOL COM EQUIPAMENTOS ÓPTICOS, A NÃO SER QUE ESTEJA NA COMPANHIA DE  UM ASTRÔNOMO PROFISSIONAL. Observar o  Sol sem os cuidados necessários pode causar cegueira imediata e irreversível. Chapas de pulmão, vidros de garrafa escura, filme de máquina fotográfica não bloqueiam os raios nocivos.

Após muitas noites com céu encoberto, hoje tivemos um bom céu nesta madrugada o que possibilitou fazer alguns desenhos.
Mas desta vez optei por usar um binóculo ao invés do telescópio. Assim os leitores poderão ter uma ideia de como fica um planeta pelas lentes de um binóculo, chamado, carinhosamente, de "bino".

Os alvos desta noite foram Júpiter e as Plêiades, um planeta e um aglomerado aberto, porém neste post de hoje vou tratar apenas do planeta Júpiter.

Júpiter e as suas luas galileanas no campo de visão de um binóculo 8x56.


O planeta Júpiter é o maior planeta do sistema solar, brilha forte no céu noturno e é bem fácil de localizar.

Você pode aprender a localizar Júpiter ou qualquer outro planeta utilizando um software que simula o céu noturno. Um simulador de céu muito bom e leve é o  Stellarium.
Outra forma de localizar Júpiter é seguir os ensinamentos do site momento astronômico/júpiter.

Júpiter se localiza após o planeta Marte, entre o cinturão de asteróides e o planeta Saturno e dista mais ou menos 620 milhões de quilômetros de distância da Terra.

Em 1610, Galileu Galilei observou Júpiter pela primeira vez adaptando uma luneta criada pelos holandeses para a guerra ( que não era muito mais "potente" do que o binóculo usado por mim para o desenho de hoje) . Galileu percebeu, ao apontar a luneta para Júpiter, que ao lado do planeta haviam 4 pequenos pontos brilhantes. Galileu então, observou  sistematicamente o planeta  e rascunhou Júpiter e os 4 pontos usando seu telescópio.
Após diversas observações Galileu percebeu que os 4 pequenos pontos mudavam de posição  em relação á Júpiter a cada noite de observação.
O cientista estudou seus registros e concluiu que aqueles 4 pontos eram luas que giravam em torno do planeta. Estas 4 luas são chamadas, modernamente, de luas galileanas.
Pronto! Galileu acabara de achar uma prova que nem tudo no universo girava em torno da Terra.
As anotações de Galileu referente à Júpíter e suas luas viraram um livro famoso o Siderius Nuncius.


 O livro Siderius Nuncius e a nova descoberta criaram um impacto enorme à época e ia de encontro aos ideais geocentristas aristotélico da igreja católica, que afirmava que tudo no universo girava em torno da Terra.
Porém em épocas de inquisição não era muito saudável defender esses tipos de idéias.
Após insistentes pedidos papais frustrados para que Galileu negasse o que descobriu, ele acabou sendo julgado pela santa inquisição.
O cientista foi julgado e condenado  a prisão domiciliar perpétua, pois ele, no último segundo, se retratou perante o tribunal, caso contrário seria morto da mesma forma que morreu Giordano Bruno, queimado.
Galileu continuou suas pesquisas em sua residência-prisão. Morreu cego e pobre.


Mas por qual motivo eu contei essa História toda? Pelo simples fato de que as imagens vistas por Galileu, em seu rudimentar telescópio, eram bem parecidas com a imagem que representei hoje observando Júpiter por um binóculo 8x56.

Abaixo temos o desenho do planeta Júpiter visto através de um binóculo 8x56:

Astrodesenho planeta Júpiter e suas 4 luas galileanas.

Para saber mais:

Ouça aqui o que o Professor João Steiner tem a dizer sobre a descoberta de Galileu Galilei.

Júpiter

sábado, 21 de julho de 2012

M7 - Aglomerado de Ptolomeu - NGC6475.

Aproveitando o céu razoável, com uma tênue névoa.
O mak90 ficou aclimatando por mais de uma hora e isso realmente dá diferença na observação.
O alvo desta madrugada foi outro agloemerado aberto do Escorpião e bem ao lado de M6 e das estrelas Shaula e Lesath.

M7 - Aglomerado de Ptolomeu

M7 campo de visão da ocular - 31x de aumento
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M7 é um aglomerado aberto muito brilhante e grande, de muito fácil localização e visualização. Um céu com pouca PL ( Poluição Luminosa), permite localizar M7 muito facilmente, a olho nu, como uma pequenina nebulosidade no céu bem próximo às estrelas Shaula e Lesath.
Com a ajuda de um binóculo fica muito fácil e é uma bela visão do formato do aglomerado.
M7 também é muito conhecida como Aglomerado de Ptolomeu, pois ele teria dito que "é uma nebulosa formada pela picada do escorpião".
Hodierna, em 1654 contou 30 estrelas no agloemrado. M7 também foi observado por Halley, 1678, e por Lacaile, 16??, ambos catalogaram esse aglomerado em seus catálogos de estrelas do Sul. Messier incluiu este objeto  em seu catálogo,em 1764,  como o de número 7.
M7 possui cerca de 80 estrelas, está a 800 anos luz de distância, tamanho aparente de 80 min de arco ( 1,20min de arco), e sua magnitude de +3,3.
A estrela mais brilhante é uma gigante amarela de tipo espectral G8 com magnitude de 5,6. Ela realmente se destaca na observação visual.



O desenho de hoje, abaixo, foi confeccionado através da observação do telescópio maksutov 90mm da skywatcher e apesar da pouca abertura e da pequena nebulosidade o resultado foi bom devido M7 ser um objeto bem brilhante.

m7

Material usado no desenho:

1. telescópio maksutov 90mm f 1250mm;
2. tripé em alumínio e montagem equatorial germânica;
3. diagonal dialétrica Willian Optics de 1,25'',
4. ocular super ploss 40mm (31,25 x de aumento);
5. buscadora 8x50 GSO com prisma eretor,
6. binóculo Orion WP 10x50.

7. papel Canson 200g/m2 cor creme;
8. lápis steadtler Mars lumograf do H ao 8B,
9. borrachas , apontador, compasso e esquadros.

a parte correspondente ao campo de visão da ocular teve as cores invertida no GIMP.

Local: São Paulo, 21 de Julho de 2012.
Início  02:05h hora local, término 02:35 hora local ( +3 horas para UTC ).
10° C, ausência de vento, névoa tênue e grande poluição luminosa.
Bom limite visual.




sexta-feira, 20 de julho de 2012

Desenho de M6 publicado no ASOD.

O desenho que fiz neste mês de Julho/12, do aglomerado aberto M6 ou Aglomerado da Borboleta, foi publicado no ASOD ( Astronomy Sketch of the Day), sob o título: 'O vôo da borboleta".
Tenho outros desenhos publicados nesse site e isso, além de outras coisas, faz com que eu me dedique mais e com mais qualidade à essa atividade prazerosa.
Faço esses desenhos por paixão à observação visual, faço para mim mesmo e por me dar momentos de relaxamento e prazer.
Eu poderia fazer os desenhos e simplesmente guardar numa pasta, mas decidi exibi-los na internet para mostrar que é possível observar o céu aqui de São Paulo, com um equipamento pequeno, barato e portátil. 
Acho que a internet atinge muitas pessoas e assim consigo transmitir um pouco do pouco que sei e ao mesmo tempo servir de incentivo para outras pessoas.
Agradeço mais uma vez ao pessoal do ASOD por mais esta publicação.



sábado, 14 de julho de 2012

M6 - Aglomerado da Borboleta ( NGC6405).

Finalmente um céu limpo e com ausência de Lua, palco perfeito para mais um astrodesenho.
Escorpião estava já iniciando seu mergulho no horizonte OSO (Oeste-Sudoeste), mas  M6 ainda estava em uma boa altura.

M6 - Aglomerado da Borboleta

campo da ocular - M6

M6 é um dos objetos catalogados por Charles Messier.

Charles Messier procurava cometas com seus telescópios  e toda e qualquer névoa ou mancha no céu noturno era observado pelo Messier para constatar ser ou não um cometa. Conforme ele observava o objeto e verificava que não era cometa ,  ele catalogava o objeto e ao final do seu trabalho tinha um belo catálogo de objetos deep sky.
O catálogo de Charles Messier faz sucesso entre os astrônomos amadores por se conter objetos muito brilhantes, fáceis de achar e observar. Alguns são observáveis até de binóculo e em locais escuros a olho nu.

Alguns objetos recebem nomes pitorescos, como por exemplo Aglomerado da Borboleta ou Butterfly Cluster, outro recebe o nome de aglomerado de Ptolomeu, outro de nebulosa da Hélice, outro nebulosa da lagoa , etc.

M6 é um aglomerado de estrelas do tipo aberto, e a disposição das estrelas, no nosso ângulo de visão, lembra uma borboleta. M6 está distante do Sol 1.600 anos luz, tem um tamanho aparente de 25 minutos de arco e possui magnitude de 4.2, ou seja, visível a olho nu em céu razoavelmente escuro.
M6 é facilmente observável por binóculo e telescópio de pequena abertura ( 90mm de objetiva).
Localiza-se na constelação do Escorpião, constelação típica de inverno.


N.A.Sharp, Mark Hanna, REU program/NOAO/AURA/NSF

Aglomerado da Borboleta- M6
Cred. N.A.Sharp, Mark Hanna, REU program/NOAO/AURA/NSF

Numa fotografia, como na bela foto acima, o sensor da máquina fica exposto por vários minutos recebendo luz e isso possibilita o registro de estrelas que não conseguimos visualizar, principalmente após o processamento da fotografia através de softwares de edição de imagens.
O desenho abaixo representa fielmente o que observo através de uma ocular do telescópio, e as variantes atmosfera, poluição luminosa e pequena abertura do telescópio influem no resultado do desenho, pois vejo menos estrelas que as registradas na foto acima.
Como o desenho é feito com grafite não consigo representar as cores das estrelas.
Os dois grandes charmes deste aglomerado são o seu formato aparente de borboleta e a estrela alaranjada brilhante que se destaca muito no aglomerado.


Desenho de M6
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"O Vôo da borboleta"

Material utilizado:

Desenho:
  • Canson creme de 200g/m2, A4;
  • Diversos lápis Staedtler tipo Mars Lumograph ( do HB ao 8B);
  • Compasso Staedtler, borracha, limpa-tipos e esfuminho;
  • Prancheta e lanterna vermelha.  
Óptico:
  • Telescópio maksutov de 90mm com distância focal de 1250mm, montagem equatorial EQ1 e tripé em alumínio;
  • Ocular superploss de 40mm ( 31,25 x de aumento);
  • luneta buscadora GSO 8x50;
  • Binóculos Orion 10x50.

Como achar este objeto no céu noturno?
Passos:

1. Localize o Cruzeiro do Sul que por estes dias já estará deitado. Tome a estrela inferior do madeiro maior ( imaginando a cruz de pé). A partir dessa estrela ( beta crucis), trace uma reta imaginária até a nais brilhante guardiã do Cruzeiro ( alpha crucis).

2. A partir de Rigel Kentaurus, ou alpha crucis, trace outra reta longa até duas estrelas bem brilhantes no alto do céu. Elas parecem estar bem próximas formando uma dupla aparente. Estas duas estrelas são Shaula e Lesath ( upisilon scorpii e lambda scorpii ).

3. Pronto, localizadas essas duas estrelas fica bem fácil, com um binóculo achar um pequenino aglomerado de estrelas. Quanto maior a objetiva do instrumento óptico melhor será a observação do objeto.
Em locais com pouca poluição luminosa ou com ausência pode-se visualizar facilmente duas manchas fortes nessa região, a mais fraca dela é M6 a mais forte é M7, nosso próximo alvo.

A :  A letra A indica a estrela Antares ( alpha scorpii), a estrela mais brilhante da constelação.

Obs. Não use binóculos com zoom, não funciona para astronomia.

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Glossário:

Charles Messier

Aglomerado de estrelas aberto



terça-feira, 17 de abril de 2012

Gamma Velorum - Al Suhail al-Muhlif - HD68273

Geralmente coloco só o desenho e algumas informações básicas. Mas este objeto celeste, belo e complexo, merece um tratamento mais cuidadoso e  espero que estas linhas ajudem alguém daqui por diante.

Temos poucas informações de Gamma Velorum  em língua portuguesa. Isso acontece, na minha opinião,  por ser um objeto tipicamente observado do hemisfério Sul, e acho que isso o torna não tão popular quanto os objetos vistos do hemisfério norte. Porém, é muito estudado por astrônomos profissionais devido à sua complexidade e variedade de objetos que  compõe Al Suhail al-Muhlif.

Uso este objeto  como referência no céu do Sul, e observo essa "estrela" por se destacar no céu noturno a olho nu.

Olhando com a vista desarmada, olho nu, Gamma Velorum não passa de uma  estrela que se destaca no céu austral. Mas com um binóculo já se percebe ser um sistema estelar e com um pequeno telescópio a realidade se revela.
Trata-se de um sistema estelar complexo e muito interessante de seis estrelas que interagem gravitacionalmente. Sim, seis estrelas!



O nome deste sistema foi catalogado como gamma velorum, ou Al Suhail al-Muhlif.
Alguns simuladores do céu e sites estadunidenses  chamam esta estrela de Regor, Roger ao contrário, em homenagem ao astronauta morto no pré-lançamento da Apollo1 em Janeiro de 1967. Bom, apesar do nome ser bonito e enganar os incautos, fazendo lembrar nomes de estrelas como Rígel, Algol, Castor, diante disso prefiro usar gamma velorum.

Gamma velorum é a estrela mais brilhante da constelação da Vela, a 840 anos luz de distância do nosso Sol e tem magnitude aparente de 1.75.

Alguém deve estar se perguntando: " Por que gamma velorum é a mais brilhante e não recebeu a letra grega alpha?".

Em 1603, Johan Bayer, com sua Obra Uranometria,  deu letras gregas, de acordo com as magnitudes, para todas as estrelas conhecidas na época. Por exemplo, na antiga constelação da Argonavis, deu a letra grega alpha para Canopus, beta para Miaplácidus (ambas em Carina), gama  para Al-Sahil al-Muhlif ( hoje em vela), e assim por diante.


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No século XIX a UAI ( União Astronômica Internacional),  resolveu revisar as constelações do céu e, dentre outras ações, acabou por dividir a constelação da Argonavis  nas atuais Vela ( vela), Carina ( quilha) e Puppis ( popa).


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Como não houve uma nova determinação de letras gregas às novas constelações e cada parte do navio levou para dentro dos seus  limites as letras gregas originais, as estrelas mais brilhantes das novas constelações continuaram com sua letra original. Por isso, apesar de Al Sahil al-Muhlif  ser a mais brilhante da constelação da Vela, ela continua a ser chamada de gamma. Se tivesse ocorrido uma nova determinação de letras gregas ela seria a alpha velorum.



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Gostaria de esclarecer que existe outra estrela com o nome Al Suhail, trata-se da lambda velorum. Esta é denominada apenas Al Suhail, gamma velorum é denominada como Al Suhail al-Muhlif, cuidado para não confundir.


O desenho abaixo foi feito usando papel Canson Desenho 200g/m2, cor creme, lápis Steadtler tipo Mars Lumosgraph do H ao 9B. Usei também esfuminho e limpa tipos, além de  compasso, régua e esquadros no acabamento.

O equipamento utilizado foi um telescópio Maksutov de 90mm de abertura  com uma ocular genérica de 20mm ( 62,5 x de magnificação). Utilizei também um binóculo 10x50 como ferramenta auxiliar.

Aqui não coloquei o desenho com cores invertidas pois achei que o resultado direto no papel ficou melhor.

teste
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O sistema é formado pelas componentes A ( gamma 2 velorum), B ( gama1 velorum), C, D e E.

A componente A é um sistema binário espectroscópico, as componentes D e E formam outro sistema binário dentro do complexo, porém, como vemos no desenho, a componente E não foi observada por mim.

O equipamento que tenho, o meu  local de observação, com severa poluição luminosa, e a atmosfera turbulenta na noite de observação,  não permitiram a visualização da componente E.

O sistema está na constelação da Vela, parte da antiga constelação da Argonavis, tem 1.75 de magnitude aparente ( uma das estrelas mais brilhantes do céu), e dista 840 anos luz do Sol.


Como achar Gamma Velorum:

Para você achar esta estrela a olho nu, basta localizar Sírius e Canopus, as duas estrelas mais brilhantes do céu noturno, respectivamente.
Localizadas estas duas estrelas, localize a estrela Aludra, a estrela da ponta do rabo do Cão Maior.
A partir de Sírius, trace uma reta imaginária passando por Aludra, até encontrar duas estrelas brilhantes e de cores distintas , uma é gama velorum e a outra lambda velorum, esta "acima" de gamma velorum. , as quais , junto com Aludra, Canopus e Sírius, formam um grande triângulo imaginário e quase  isósceles, com base canopus -  lambda velorum.

Gamma velorum é mais azulada e lambda velorum é alaranjada.

veja:

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Dados de Gamma Velorum para ajudar a entender o texto logo a seguir:


              Componentes de gamma velorum e suas relações
ComponentesSeparaçãoPA em R àMag 
A (gamma 2) ---------- ----------- --------1.83
B (gamma 1)41.2220A4.27
C62.3151A8.2
D93.5141A9.1
E1.8146D12.5
legendas:
Separação = separação em segundos de arco (‘), PA = posição angular (°), em R à = em relação à componente descrita , Mag = magnitude aparente (after Ochsenbien et al. 1988 and Tirion 1991).

http://www.peripatus.gen.nz/astronomy/Gam2Vel.html ( adaptado)








1. Componente A ou gamma 2 velorum


A componente A (gamma2 velorum) não se trata de uma única estrela ( como vemos no desenho), mas sim de um sistema binário que foge ao comum.

Dentro desse  sistema binário  temos uma estrela, rara na Galáxia,  chamada Wolf-Rayet (WR). Esta WR é numerada como WR11 (CW8), e  forma juntamente com uma supergigante estrela azul (O8), um sistema binário espectroscópico.

Segundo o trabalho científico realizado por Virpi S. Niemela e Jorge Sahade ( Instituto de Astronomia e Físicadel Espacio, Buenos Aires, Argentina, 1977), temos a seguinte cronologia:


  • 1955 Sahade anunciou que se tratava de uma binária espectroscópica;
  • 1967 Ganesh e Bappu, foram os primeiros a determinar o período orbital desse sistema, chegando nos valores de 78,5 dias, sendo que a distância entre a WR e a supergigante e massiva estrela azul é de 1 U.A. ( 1 Unidade Astronômica - distância Terra-Sol, aproximadamente 150 milhões de quilômetros); 
  • 1972 Conti e Smith classificaram este sistema binário como : WC8+O9I.


Fico aqui imaginando duas estrelas muito maiores, com muito mais massa e mais quentes que o nosso Sol, numa distância equivalente a  1U.A., num giro em torno do centro de massa, numa velocidade quase 5 vezes mais rápido que o sistema Terra-Sol! Deve ser uma loucura!

O site do David Darling informa que a supergigante azul tem 25 massas solares, 200.000 vezes mais luminosa e com uma temperatura de 35.000k.
A WR11 teria 40 massas solares no seu início, e que agora teria 10 massas solares, 50.000 vezes mais luminosa que o Sol e e com uma temperatura de 60.000k. Para comparar, o Sol tem a temperatura de 5800k. 54200 kelvin mais quente que nossa estrela.

Atualmente, gamma2 velorum, a Wolf-Rayet ( WR11) , a companheira azul, está catalogada como do tipo espectral WC8+O7.5, segundo documentos científicos que li.

A magnitude aparente de gamma2 velorum é 1,83.


2. Componente B ou gamma1 velorum

Ao lado da maravilhosa dupla gamma2 velorum,   temos uma estrela gigante azul e que brilha forte na ocular do telescópio, é a componente B.

Essa estrela é denominada gamma 1 velorum.

Com magnitude de 4.27, separada da componente A em 41,2 segundos de arco e a 220° de A e tipo espectral B3.


3. Componente C

Um pouco "distante" no campo de visão da ocular temos uma estrela branco azulada. Com magnitude aparente de 8.2, distante de  A  62,3 segundos de arco e a 151° de A e tipo espectral A0.

4. Componente D e E

Temos também outro sistema binário dentro do sistema sêxtuplo,  mais distante das componentes principais e com uma magnitude bem maior (impossibilitando que eu conseguisse separar essas binárias mais fracas do sistema).

A magnitude de D é 9.1, distante 93,5 segundos de arco, a 146° de A e do tipo espectral A.

Já a componente E tem magnitude aparente de 12.5, dista 1,8 segundos de arco de D e está a 141° da sua companheira, componente D.


É um belo e complexo sistema estelar, fácil de achar , se destaca numa ocular de telescópio, interessante  para observar, desenhar, ler , pesquisar, contemplar, imaginar, etc.

Não descobri nada de novo, apenas desenhei o objeto e deixei registros mais acessíveis em lingua portuguesa.

Agradeço do fundo do coração ao amigo Ariel Silva pela ajuda na busca de informações e ao prof. Tasso Napoleão por informações preciosas na indicação de fontes para obtenção de informações.

Guilherme de Andrade


Fontes:

1. http://www.the-a-maze.net/people/folini/research/binary/binary.html Hot star binaries
2. http://www.daviddarling.info/encyclopedia/G/Gamma_Velorum.html David Darling
3. http://simbad.u-strasbg.fr/simbad/ SIMBAD Astronomical database
4. http://www.perezmedia.net/beltofvenus/archives/000624.html The belt of Venus
5. http://www.adsabs.harvard.edu/ pág. 219,202, 232, 245, 542
6. http://www.skyandtelescope.com/observing/objects/doublestars/3073201.html
7. http://www.dibonsmith.com/vel_g.htm
8.http://stars.astro.illinois.edu/sow/regor.html
9. http://www.the-a-maze.net/people/folini/research/binary/binary.html

segunda-feira, 12 de março de 2012

Estrela nebulosa de Al Sufi.

Após observar Marte, praticamente no mesmo horário de ontem, percebi que estava observando quase com o mesmo meridiano do desenho anterior, e por não perceber mudanças na imagem observada na data de ontem, resolvi desenhar algo próximo ao Pólo Celeste Sul (PCS).

O Sul estava bem limpo e é o local com menos poluição luminosa no meu "observatório".

Não sabia o quê  observar e desenhar então deixei a buscadora, uma GSO 8x50, escolher o objeto.

A buscadora escolheu um aglomerado aberto facilmente observável com binóculos e que eu, particularmente, gosto muito, o Omicron Velorum, conhecido também por IC2391.

Um dos motivos deste aglomerado ser um dos  meus DSO preferidos, é que  este aglomerado brilhante do Sul foi descrito pela primeira vez por um dos meus ídolos, o astrônomo persa Al Sufi em 964 d.C..

Esse aglomerado aberto é grande, tem 50 minutos de arco, está a 580 anos luz de distância do nosso Sol e a magnitude é de 2,5, ou seja, num local mais escuro esse aglomerado é localizado com certa facilidade a olho nu.

Usei o mak90 com uma ocular de 40mm superploss da GSO, dando 31 vezes de aumento e um campo de visão de 1° 26' 24'' de arco,  quase 3 Luas cheias enfileiradas no diâmetro do campo de visão.

O papel é um Canson Layout 120g/m2, lápis H, HB, 2B, 4B e 8B,  o compasso usado foi o com adaptador para lápis.

Veja maiores informações no link abaixo.

Estrela Nebulosa de Al Sufi - IC2391 - Omicron Velorum




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domingo, 11 de março de 2012

Desenho de M47 no ASOD

Foi com muita surpresa que recebi um aviso de que o meu desenho de m47 foi o ASOD de hoje.

ASOD é um site que divulga astrodesenhos, nos moldes do  aapod.




                                       









http://www.asod.info/?p=7362



Fiquei bastante feliz com isso.


Boa semana a todos!

Guilherme de Andrade

sábado, 10 de março de 2012

Planeta Marte. 10 Março 2012.

Não dá para observar muita coisa aqui de São Paulo, como se observa em locais escuros do interior, então... lá vem Marte outra vez!

O céu não estava dos melhores, turbulento e com uma "névoa" mediana.

Em alguns momentos de "calmaria", consegui observar com boa qualidade, dentro dos limites do meu telescópio, as Manchas de Albedo.

Se você cerrar os olhos , olhando para marte colorido, terá mais ou menos a mesma imagem que tenho olhando pela ocular, só que um pouco mais ampliada.

Nunca observei Marte assim tão próximo, está sendo a primeira vez. E por não saber quase nada de Marte, estrutura, relevo e dinâmica do clima, resolvi desenha-lo para ter uma idéia de que como os antigos se sentiam ao observar um planeta com um telescópio de pequena abertura e sem conhecimento prévio do que observariam.

Segundo alguns amigos e colegas, esta estreita faixa ligando as duas estruturas não existe. Agradeço a informação, mas fui extremamente fiel ao que o telescópio de 90mm  me mostrou com todas as agravantes de PL e instabilidade da atmosfera. Depois disso eu entendi o motivo pelo qual, ou um dos quais, levaram o italiano a desenhar estrutura em forma de canais e a partir daí criarem a idéia de canais artificiais.

Observar Marte na sua oposição foi uma bela experiência, registrar por vários dias as diferenças mostradas pelo telescópio foi muito instrutivo para mim. Percebi também que já no terceiro desenho evolui bastante.  Porém, encerro hoje minhas observações de Marte em oposição.  Observar Marte com um telescópio de pequena abertura, num espaço pequeno, numa cidade como esta,  poluída, quase sempre nublada e com atmosfera turbulenta, é quase uma tortura física e psicológica, e paciência tem limite. :)






Neste  desenho usei lápis coloridos Pastel da koh - i - noor GIOCONDA Soft Pastel números 23, 30, 40 e 51. Gostei bastante deste material e ele permite , com o dedo ou esfuminho determinar os limites de cores sem interrupções, deixando os limites com uma transição mais suave e natural.. ano que vem, na oposição de Saturno  tentarei desenhar o gigante dos anéis com pastel à óleo.

A parte preta, em torno do planeta, foi feita com caneta hidrográfica Pilot junior 850 e a parte á lápis usei lapiseira Pentel 09 e lápis 4B, e 8B da Steadtler Mars Lumograph. O papel é da marca Canson layout 120g/m2.









sexta-feira, 9 de março de 2012

Planeta Marte. 09 Março 2012.

Olá!

Nesta madrugada consegui observar o planeta Marte.

Foi uma observação dificultada pela Lua cheia bem próxima do planeta ( isso atrapalha), e pela atmosfera que estava bem turbulenta hoje. Foi bem cansativo e minha coluna reclamou um pouco.

Perceba que as Manchas de Albedo estão diferentes, pois o planeta gira e mostra outras manchas.

Resolvi fazer um desenho em preto e branco e um colorido para dar a idéia do que vejo.

Mas atenção, não vejo Marte deste tamanho na ocular, vejo bem menor, menor que uma Aspirina. O que faço é redimensionar o que vejo e repassar os detalhes que consigo observar.

Neste desenho usei meu arsenal de lápis grafite do H ao 6B e meus novos lápis Pastel da koh - i - noor GIOCONDA Soft Pastel números 23, 30, 40 e 51 e usei também duas canetas uma Office Pen da Pilot 1.0mm e uma Color junior 850 preta. O papel é da marca Canson layout 120g/m2, além do compasso, esfuminho, limpa tipos e borrachas.

Foi a primeira vez que usei estes lápis, e apesar de ter treinado antes de desenhar o resultado pode ser melhorado e muito.

Obrigado pela visita e volte sempre!

Guilherme de Andrade



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terça-feira, 6 de março de 2012

M47 / NGC2422

Este desenho foi feito recentemente e então ganha o direito de entrar para o blog.

É um desenho do M47, objeto de Messier 47. Este aglomerado aberto fica na constelação da Popa ou Puppis,  uma parte da antiga  e gigantesca constelação da Argonavis. A Argonavis foi desmembrada em outras constelações pela União Astronômica Internacional para facilitar os estudos.

Apesar de M47 estar localizada na constelação da Popa, a maneira mais fácil de achar esse objeto no céu usando a estrela Sírius como referência. Sírius é a estrela principal ( alfa), da constelação do Cão maior ou Canis Major.


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Planeta Marte. 06 Março 2102.

O céu abriu um pouco, coloquei o mak90 no terraço, apontei para o Planeta Marte e comecei a observa-lo.

Percebi as Manchas de Albedo e decidi me aventurar, pela primeira vez, no desenho planetário. As manchas de albedo já geraram várias confusões, uma delas foi  a interpretação equivocada das manchas, que foram relatadas como canais artificiais, e dizem que é desse erro que  vem a história dos homenzinhos verdes em Marte!

A atmosfera estava um pouco turbulenta, mas foi possível representar o que eu consegui observar em Marte.

Marte é um planeta difícil de se observar, precisa ter muita paciência, principalmente quem possui um telescópio com pouca abertura ( objetiva ou espelho refletor pequenos).

Graças ao amigo Ariel P. Souza (CASP), aprendi, nesta madrugada,  que no desenho planetário é necessário colocar o Meridiano do planeta voltado no exato momento do registro e também a hora inicial e final do desenho em UT ( hora universal)

Aqui vai meu primeiro desenho planetário:

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